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 A arte que transforma e conecta culturas
  • Rio de Janeiro, 29/01/2025
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A arte que transforma e conecta culturas

O Cinema Indígena como resistência e preservação cultural


A arte que transforma e conecta culturas
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Desde o seu surgimento no final do século XIX, o cinema tem desempenhado um papel central na sociedade como meio de comunicação e arte. Mais do que entreter, essa linguagem audiovisual captura histórias, sentimentos e perspectivas, permitindo que diferentes culturas dialoguem entre si. O poder do cinema reside na sua capacidade de emocionar, educar e influenciar a percepção coletiva sobre temas universais e locais, tornando-se uma ferramenta poderosa de transformação social. Nos últimos anos, uma nova vertente do cinema tem ganhado destaque e desafiado as estruturas tradicionais da indústria: o cinema indígena. Mais do que um movimento cultural, ele representa uma luta por reconhecimento, preservação de saberes ancestrais e desconstrução de estereótipos.

Em uma entrevista exclusiva para o portal Breaking Hoje , Ricardo Ajuricaba Tupinambá, cineasta e idealizador da Formação Audiovisual Indígena Tendy Koatiara , compartilha sua visão sobre o papel do cinema indígena na preservação cultural, os desafios enfrentados pelos cineastas indígenas e as expectativas para o futuro dessa linguagem artística. Idealizada em parceria com Ana Xocó, com direção de Silvio de Andrade e produção da Verama Filmes, a formação busca capacitar comunidades indígenas para que desenvolvam suas narrativas de forma autônoma, superando os modelos convencionais do cinema comercial e propondo uma nova estética, genuinamente indígena. “A ideia do projeto é valorizar a autonomia criadora de cada povo, comunidade, etnia e indivíduo participante, incentivando-os a superar os limites dos conteúdos padronizados e refletir sobre seus próprios modos de produção audiovisual”, explica Ricardo Ajuricaba Tupinambá.

O cinema indígena tem desempenhado um papel crucial na preservação e disseminação das tradições dos povos originários. Segundo Tupinambá, essa linguagem audiovisual atua como um "documento vivo", preservando saberes, tecnologias, cosmologias e expressões culturais. “Promovemos uma plataforma contemporânea de prática da nossa oralidade ancestral via cinema”, afirma. Além disso, o cinema indígena possibilita a comunicação entre diversas etnias, fortalecendo um diálogo interno, ao mesmo tempo em que projeta as vozes indígenas para um público global, criando pontes para a desconstrução de preconceitos.

No entanto, os cineastas indígenas enfrentam desafios históricos e estruturais. Desde a falta de recursos financeiros até o enfrentamento de estereótipos e preconceitos coloniais, o caminho é árduo. “A indústria cinematográfica, dominada por narrativas eurocêntricas e comerciais, muitas vezes limita as expressões culturais indígenas. Somos obrigados a fazer um cinema de branco, ou embranquecido, para sermos minimamente aceitos e admitidos como cineastas”, critica Tupinambá.

Embora a recepção do público não indígena esteja crescendo, ainda é restrita a uma parcela da sociedade que possui acesso e interesse por essas narrativas. Muitos desconhecem ou não possuem a formação necessária para decodificar a estética indígena.


“Ainda existe uma visão estereotipada, tecnicista e eurocêntrica sobre o cinema indígena, o que impede uma apreciação mais ampla e genuína”, aponta Tupinambá. Apesar disso, cada obra exibida é um passo para desconstruir preconceitos e ampliar o diálogo intercultural, possibilitando novas formas de convivência e compreensão entre povos. As plataformas de streaming desempenham um papel ambíguo na expansão do cinema indígena. Embora pareçam visíveis, muitas vezes são ocultadas narrativas e estéticas "embranquecidas" para atingir o público em massa. Esse paradoxo reflete o desafio de manter a modernidade cultural em um mercado dominado pela lógica comercial.

Por trás da Formação Audiovisual Indígena Tendy Koatiara, está a Verama Filmes, uma produtora independente localizada no Rio de Janeiro que, desde 2018, se dedica ao desenvolvimento de projetos audiovisuais que combinam qualidade técnica e narrativa com um olhar sensível para as questões culturais. Com uma ampla gama de formatos, como filmes, séries e documentários, a Verama busca criar conteúdos que dialoguem com a diversidade e promovam histórias universais enraizadas em identidades locais. Ao apoiar iniciativas como o cinema indígena, a produtora reafirma seu compromisso de usar a linguagem cinematográfica como uma ferramenta de transformação e fortalecimento cultural.



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